quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Propósitos maiores



Alex Peterson

Em O Cavalo e seu Menino, um dos sete livros que compõem a obra de C. S. Lewis, As Crônicas de Nárnia, um rapaz, Shasta, sonha em viajar para a desconhecida Região Norte, da qual faz parte o mágico Reino de Nárnia. Certa noite, ouve o pescador - que o menino achava ser seu pai - negociar sua venda a um nobre de um reino vizinho. (O livro depois revela que Shasta, ainda bebê, sobreviveu a um naufrágio e foi encontrado por esse pescador.) Enquanto esperava seu novo mestre no estábulo, descobre, para sua surpresa, que Bri, o cavalo daquele nobre, fala e é narniense. Bri explica que fora raptado quando ainda potro e vendido para ser usado em batalha, e sugere ao rapaz que fujam juntos. A viagem dos dois para o norte é longa, perigosa e marcada por vários encontros com leões.
A caminho de Nárnia, os dois fugitivos encontram Aravis -uma jovem aristocrata que tentava escapar da pressão que sofria para se casar com um homem detestável- e sua égua falante, Huin, que também havia sido tomada de Nárnia. Os quatro decidiram viajar juntos.
Quando Shasta se separa dos demais, é o primeiro a chegar ao local de encontro combinado e tem de passar a noite sozinho entre túmulos antigos e assustadores. Ele é despertado pelo farfalhar de um arbusto, mas descobre que era apenas um gato que veio e se aconchegou ao seu lado. Novamente ele é acordado, desta vez pelo uivo dos chacais, seguido pelo tenebroso rugido de um leão. Que alívio sentiu ao abrir os olhos e descobri que era apenas o gato!
Quando os companheiros de viagem se reencontram e descobrem o plano de malfeitores para conquistarem Arquelândia, um pequeno reino vizinho de Nárnia, que planejavam tomar na sequência, os quatro se adiantam para advertir o rei Luna, de Arquelândia. No caminho, outro leão os persegue, alcança e fere Aravis, apesar de seus cavalos terem corrido o mais rápido que podiam. Shasta afasta o leão. Porque os cavalos estão exaustos, Shasta os deixa, juntamente com Aravis, aos cuidados de um bondoso ermitão, e corre a pé para avisar o rei do perigo.
Ao encontrar-se com o rei Luna e os seus companheiros de caçada, anuncia sua advertência e segue com o grupo em um cavalo emprestado, mas se perde dos demais por causa da neblina. Perdido e abatido, Shasta sente uma presença que o acompanha na escuridão. Depois de um tempinho começam a conversar e Shasta conta o que ele considera seus muitos infortúnios, inclusive seus encontros com os leões. Aquela presença era Aslam, o “Grande Leão”, personagem de outros livros das Crônicas de Nárnia, que revela que ele foi o único leão que Shasta encontrou, diversas vezes, em sua jornada:
“Fui eu o leão que o forçou a encontrar-se com Aravis” - Aslam conta ao menino. “Fui eu o gato que o consolou na casa dos mortos. Fui eu o leão que espantou os chacais para que você dormisse. Fui eu o leão que assustou os cavalos para que se apressassem e você chegasse a tempo de avisar o rei Luna. E fui eu o leão que empurrou para a praia a canoa em que você dormia, uma criança quase morta, para que um homem, acordado à meia-noite, o acolhesse.”
Uma luz dourada irrompe no nevoeiro, e Shasta vê “andando do seu lado, um leão, mais alto que um cavalo. Era dele que emanava a luz. Ninguém jamais viu nada mais assustador ou mais belo.”
Aslam se desvanece. Shasta encontra o caminho para Arquelândia, e o rei Luna então o reconhece. Era seu filho, Cor, que há muito havia se perdido, o gêmeo mais velho do Príncipe Corin e, portanto, herdeiro do trono. Tempos depois. Cor e Aravis se casaram e, “depois da morte do rei Luna, tornaram-se rei e rainha de Arquelândia.”

***

Deus usa nossos problemas exteriores e nossos tormentos interiores. Ele usa nossos fracassos e sucessos, provações e tentações, para cumprir Seu desígnio em nossas vidas. Como a Ele pertencemos, estamos em Seus braços de amor que jamais nos soltarão. Jamais devemos temer as circunstâncias que nos cercam. -Coty Pinckney

Essa ficção infantil contém algumas verdades eternas: As dificuldades da vida não são frutos do acaso. Deus permite cada uma por motivos específicos e, no final, todas concorrem para o nosso bem e jamais são mais do que, com a ajuda de Deus, podemos superar. Os “leões” que tememos são, na verdade, nossa salvação, porque se não fosse por eles, não chegaríamos ao nosso destino nem nos tornaríamos nas pessoas que Deus quer que sejamos.
Raramente os problemas nos parecem benéficos, mas Deus sabe o que está fazendo. Ele sabe onde deveríamos estar em cada aspecto de nossas vidas e nos ajudará a chegar lá, se fizermos nossa parte. O primeiro passo é confiarmos nEle, sabendo que qualquer provação está dentro do Seu benevolente controle.
Deus muitas vezes nos deixa chegar ao ponto em que nossos próprios recursos não são suficientes, mas jamais à condição em que só nos resta desistir. Sempre temos a opção de recorrer a Ele, valermo-nos dos Seus recursos para superar os obstáculos, e de dependermos mais dEle. Quando assim escolhemos, Ele sempre, de alguma maneira, vem em nosso auxílio.


Cortesia da Revista Contato

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