
Natal é uma data tão especial para mim, pois foi quando a minha vida mudou e nunca mais foi a mesma, em Amsterdam, na Holanda. Eu e o Sergio, meu companheiro de viagem e por muitos anos mais, o meu esposo (depois viemos a nos casar e tivemos lindos filhos e uma família muito feliz!) morávamos em um "house boat", (barco que era transformado em casa). Éramos dois jovens artistas baianos (ele fazia belas artes, eu teatro), geração "Woodstock", "Hair", movimento contracultura, sobreviventes da ditadura militar, etc.
Decidimos viajar para a Europa em Setembro de 1970 como hippies mochileiros, com mais tres amigos baianos, "sem lenço e sem documento", como cantava Caetano. Era uma aventura, pois não tinhamos dinheiro, não falávamos nenhuma outra lingua e não tínhamos passagem de volta! Fomos de navio até Lisboa e de lá nos dividimos e viajamos de carona.

Viajávamos pela Europa , mas Amsterdam se tornou a nossa base, devido a facilidade que tínhamos em conseguir pequenos trabalhos para nos sustentar, lugar para morar, drogas, amizades, etc. Sendo um país muito liberal e aberto, a Holanda se tornou o centro da juventude hippie da Europa, mais especificamente Amsterdam. (foto à direita: hippies na praça Dam Square-Amsterdam)
Os "hippies" (no singular, hippie) eram parte do que se convencionou chamar movimento de contrac


Depois de 1 ano e meio entre idas e vindas, estávamos tão perdidos que não víamos a saída para as nossas vidas. Como hippies, vivíamos uma vida de drogas e "liberdade", em busca da promessa de "paz e amor" que tinha se tornado uma utopia. Como Gil cantava " O sonho acabou, e quem não dormiu no sleeping bag nem sequer sonhou!" Já estávamos cansados daquilo tudo, e sentíamos que estávamos andando em círculos, num labirinto sem saída, já planejando tomar drogas mais fortes e por um fim em nossas vidas. Até que em um belo dia fomos libertos de verdade ao encontrar pessoas jovens, como nós, que estavam igualmente perdidas até serem encontradas por Deus! Nos encontraram milagrosamente antes de um possível suicídio. Não sei se estaríamos vivos, não fôsse por aquele encontro milagroso que Sergio teve numa ponte sobre o canal, com dois estranhos que apareceram, pouco tempo depois que ele clamou a Deus em lágrimas, "Se existe um Deus, por favor, faça alguma coisa para me salvar!" - Aquelas duas

Desde então, ficamos morando com eles, e nossa vida deu uma reviravolta. Paramos com qualquer tipo de vício e éramos felizes vivendo juntos, estudando a Biblia, cantando e saindo às ruas para encontrar outros que igual a nós andavam perdidos e trazê-los para o redil.
"Pois assim diz o Senhor Deus: Eu, eu mesmo, procurarei as minhas ovelhas, e as buscarei.
Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas. Livrá-las-ei de todos os lugares para onde foram espalhadas no dia de nuvens e escuridão.
Tirá-las-ei dos povos, e as farei vir dos diversos países, e as trarei à sua terra, e as apascentarei nos montes de Israel, junto às correntes, e em todos os lugares habitados da terra. (Ezequiel 34:11-13)

Desde então temos vivido uma vida de fé e nos dedicado a ajudar a outros que tanto precisam e tem uma vida tão vazia e sedenta pela conexão perfeita com o Criador, a paz que só Ele dá, através do seu filho Jesus! Voltamos para o Brasil em 73, depois de passarmos um tempo em Londres, e à partir daí, o grupo se espalhou por todo o país e em diversas outras partes do mundo.
Esta é uma breve versão, mas não podia deixar de contá-la, já que neste Natal estou comemorando 37 anos que aconteceu!
Aqui estão algumas fotos históricas.
(foto: logo antes de embarcar de Londres para o Rio)
Eu e Sergio com nossos dois primeiros filhos, Jerry e Flor, na Bahia em 75.


Seu blog tá lindo Faith! Amei! Parabéns!
ResponderExcluirObrigada Gi, pelo incentivo! Vc também não fica prá trás! Bjs
ResponderExcluiresta estoria eh muito linda. Beijos Patricia
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